Estudo elaborado por professora de universidade americana indica que a recorrente aplicação da toxina botulínica e de outras substâncias de combate às rugas podem estimular dependência comportamental
Quinze anos atrás, o lançamento do Botox mudou radicalmente a indústria da beleza em todo o mundo pela capacidade de disfarçar rugas e marcas de expressão no rosto instantaneamente. Ainda hoje, sua popularidade não dá sinais de queda, mas o sucesso da substância, bem como dos preenchimentos faciais, pode estar relacionado à capacidade de viciar. Esta é a conclusão de um estudo feito por Dana Berkowitz, professora de sociologia da Universidade Estadual de Louisiana.
No livro, intitulado de Botox Nation: Changing the Face of America, a americana questiona se os médicos estão criando um comportamento viciante nas mulheres ao sugerirem a aplicação periódica do medicamento cada vez mais cedo.
"O problema é que o Botox dura apenas de quatro a seis meses, então, uma vez que você começa a ver as marcas [no rosto], você retorna [ao dermatologista]", explicou à Marie Claire americana. "Mulheres que entrevistei falaram sobre isso, dizendo ser viciante".
Mas não é apenas o prazo de validade do medicamento que faz as mulheres voltarem frequentemente ao consultório. A tentativa de prevenir o surgimento de marcas que ainda nem apareceram também são parte do problema, constatou.
"Amo o Botox, mas o problema é que parei de prestar atenção na testa e, agora, começo a notar o bigode chinês ao redor da boca. Acho que quero fazer algo lá", afirmou uma das entrevistadas pela professora.
Berkowitz critica em seu livro o conceito de prevenção nos cuidados com a beleza por acreditar que ele é mais uma ferramenta de fazer as mulheres se sentirem inadequadas.
Por outro lado, o Botox é um medicamento aprovado pela ANVISA usado não somente no combate às rugas faciais decorrentes da hipermovimentação muscular, mas também obstrui glândulas de suor em pessoas com problemas de transpiração excessiva. A toxina botulínica é ainda usada em tratamentos contra a depressão.
Fonte: http://revistamarieclaire.globo.com
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